Onde foi que erramos?

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Ei, deixa eu te fazer umas perguntas. Não precisa responder em voz alta, apenas reflita.

Você está realmente disposta a ser mãe? Está disposta a amamentar?

Temos acompanhado uma chuva de depoimentos de mães inconformadas com seus bebês de um, dois, três meses que não dormem a noite toda, que há dias só param no colo, que querem mamar o tempo todo, que não param no berço, que não param no carrinho, que não param no colo de estranhos.

Mães que acreditam que seus bebês precisam de remédio para refluxo apenas por que regurgitam, que acreditam que os bebês precisam de remédio para cólicas por que eles choram e soltam pum, que acreditam que o bebê precisa de chupeta por que fica muito tempo no seio, mães que não acreditam no poder do seu leite por que quando seu filho toma “feijoada baby”, vulgo leite artificial, dorme por horas e horas seguidas. Mães que não sabem o que fazer com um bebê de poucos meses que só quer seu colo e acreditam que essa seja a hora de deixá-lo chorar no berço pra aprender que o mundo lá fora não vai ser bonzinho com ele!

Mães que estão acreditando que seus bebês vieram com defeito de fábrica.

Onde estamos errando?

Em que momento plantamos no imaginário das mulheres que seus bebês seriam bibelôs adestráveis, programáveis e desligáveis?

Será possível que estejamos criando mulheres que sonham em ter filhos e não fazem ideia do que significa ser mãe?

Precisamos urgentemente revelar pras mulheres que ser mãe é difícil pra caramba!

Que amamentação é muitas vezes sinônimo de abnegação, de dor no corpo, de cabelo despenteado, de pijama o dia todo, de cara de panda, de cheiro de leite.

Precisamos falar pra essas mulheres que o colo e o peito costumam calar o choro e acalmar o coração dos bebês e os nossos.

Precisamos contar que dar colo é ótimo, é maravilhoso, é bom pra eles, é bom pra gente, amor só faz bem, só cria pessoas seguras, confiantes, amadas!

Precisamos contar pra elas que tem hora que o desespero bate, mas passa. O mantra materno é sábio e certeiro: “vai passar… vai passar…”.

Precisamos resgatar a segurança na nossa maternagem e nos nossos corpos, com urgência.

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