Ser mãe é…

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Ser mãe é, de longe, o “trabalho mais exaustivo que eu já fiz, sem fim de semana, festas ou feriados.

Ser mãe é, de longe, o “projeto” mais difícil que eu já planejei e executei, mesmo porque é um “projeto” vivo, com vontades próprias, personalidade, um “projeto” difícil de controlar, cheio de imprevistos e mutações constantes. Quando você acha que sabe tudo do “projeto”, que tem todas as respostas, ele traz novas perguntas.
Ser mãe é, de longe, o maior medo que eu já senti. Medo de errar, medo de não dar conta do recado, medo de cuidar de outra vida além da minha, medo de ser julgada, de julgar, de educar, de amar de menos, de amar demais.

Ser mãe é, de longe, o maior sinal de abdicação da vida. É abrir mão da comida quentinha, das noites inteiras de sono, das festas com os amigos, do passeio no shopping, das conversas o telefone, do cinema com o marido, dos Happy Hours com o pessoal do trabalho. Essa abdicação pode durar um tempo, mas, para a maioria de nós mães, dura a vida toda, em maior ou menos intensidade, de acordo com cada fase dessa vida conjunta de mãe e filho.
Ser mãe é, de longe, o maior “tapa na cara” que eu já tomei da vida. Sim, cara amiga mãe, porque nós sabemos que a maternidade real está longe, bem longe, muito longe de ser parecida com o comercial de margarina. Mas é fato que só sabemos o quanto é difícil depois de nos tornarmos mãe.

Ser mãe é, de longe, o maior sentimento de solidariedade com o mundo, especialmente com outras mães. Sabe aquela mãe que você caia matando em críticas quando você não tinha filhos, que você vivia crucificando porque as crianças dela faziam birra, comiam açúcar, não mamavam no peito, eram mimadas, choravam no restaurante, assistiam TV e dormiam tarde? Aquela mãe que antes você condenava por agir assim ou assado, agora sou eu, é você, somos nós, queridas. O mundo dá voltas. Bem vinda ao time!

Ser mãe é, de longe, a maior perda de si mesma. A gente se perde no caminho e nem percebe. Perde a identidade mesmo, sem saber quem somos nós, quem fomos e quem seremos sem as nossas crias. Ser mãe dói. Dói lá no fundo perder-se de si mesma, sem muitas vezes saber como se reconstruir, nem quando. É contraditório construir, no sentido de zelar e educar, outro ser e perder-se a si mesma par dar vida ao outro. Ainda sou mãe nova, de primeira viagem, ainda não achei o caminho da minha própria reconstrução. Dizem que ele existe, mas demora, então, conto para vocês numa próxima vez.

Ser mãe é doar-se de corpo, alma, instinto, coração e o que mais tiver para doar para um filho, sem pedir nada em troca. E, o “pior”, sabendo que um dia esse filho se vai. Vai seguir seus próprios rumos, vai entrar nos próprios prumos, vai saindo da sua vida discretamente, sem dizer adeus, deixando um ninho vazio, mas, ainda sim repleto de amor, seu e dele. Não é fácil criar um filho para o mundo, mas é necessário. De todos as dores da maternidade, eu acho que ainda, essa de desprender-se é a maior.

Mas, ser mãe é, ao mesmo tempo, de longe, a maior alegria da vida, o maior amor do mundo. Um amor infinito, indescritível, incomparável, inexplicável, incondicional. É ser piegas a ponto de ser chato, ter como assunto só o filho, mostrar para os amigos, tirar um milhão de fotos, vibrar com o primeiro sorriso, o primeiro abraço, o primeiro” mamãe” falado, o primeiro “eu te amo, mãe” e, depois descobrir que não se vibra só com os “primeiros”, mas com todos, para sempre, enquanto nós existirmos nesse plano.

Ser mãe é derramar amor, ter um coração batendo fora do peito. Ser mãe é, de longe, a melhor experiência da vida. Se eu não tivesse até hoje feito nada de bom na minha vida e com a minha vida, ainda assim, ser mãe bastaria justificar a minha existência, porque eu, particularmente, ainda não encontrei nada na vida mais sublime do que ser mãe.

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